A questão da reprimarização entre os Brics:

Uma contribuição contra-eurocêntrica à teoria do sistema-mundo

Resumo

Este artigo pretende expor a distinção da China entre os Brics em termos de desenvolvimento econômico, realizando uma comparação entre os panoramas macroeconômicos dos países de 2009 e 2019 através de uma vertente contra-eurocêntrica da teoria do sistema-mundo. Primeiramente, são analisadas as conjunturas comerciais e financeiras entre os países Brics. Em seguida, a teoria do sistema-mundo é evocada para sustentar que a China se deslocou da semiperiferia ao “quase-centro” da
divisão internacional do trabalho. Por fim, uma capacidade endógena para esta movimentação é conferida ao desenvolvimento da formação econômico-social chinesa. Conclusivamente, os modelos de desenvolvimento econômico adotados por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul expressam limites de imposição própria, mas são condicionados pelas relações com a China. Para que os Brics superem conjuntamente a reprimarização, pautas de reindustrialização precisam ser discutidas nas cúpulas anuais do grupo e as relações de comércio e investimentos entre os países-membros devem ser alteradas.