Raça e identidade:

a invenção do outro racializado

Resumo

Este artigo propõe-se a analisar teoricamente a construção de identidades negras a partir de um percurso histórico da criação da ideologia racial, colocando a categoria da branquitude como dominante nas relações de poder. Ao tratarmos do Brasil especificamente, duas concepções ideológicas serão tomadas a fim de compreendermos os alicerces que predominam nos processos identitários de pessoas e grupos negros e indígenas: a ideologia do branqueamento e o mito da democracia racial. Isto posto, será discutido o processo pelo qual a identificação é realizada e como este está permeado por configurações sócio-políticas definidas pelo grupo detentor das relações de poder. Sendo assim, será feita a exposição do motivo pelo qual existe uma crise das identidades de negras e de outros grupos não pertencentes à branquitude e como isto se configura através de diferentes formas de violência. As noções da negritude e do quilombismo serão apresentadas como configurações de resistências identitárias.